28.4.13

A imposição de mãos é um gesto sacramental muito antigo referido no Antigo e Novo Testamento, pelo qual, os apóstolos de Jesus Cristo ministravam curas, ordenavam e conferiam o Sacramento da Ordem. Na Igreja Católica, desde as primeiras comunidades até hoje, especialmente regulamentado no Concílio de Trento, permanece a sua utilização nas ordenações. É muito utilizada também pela igreja evangélica nas suas orações de intercessão, assim como no movimento de Renovação Carismática da Igreja Católica. Nas tradições orientais, é a base da terapia Reiki, antiga arte budista de canalizar a energia vital pela imposição das mãos, redescoberta no Japão no início do século XX pelo Dr. Mikao Usui, e introduzida nos Estados Unidos da América por volta de 1940 pela Sra. Hawayo Takata, de origem japonesa. Também é utilizada pela Igreja Messiânica Mundial, movimento religioso fundado em 1935 no Japão por Meishu-Sama, cujo conceito central é o Johrei (luz divina), um método que pode canalizar a luz divina no corpo de outra pessoa, com intuito de curá-la de seus males físicos e espirituais. No Espiritismo, doutrina codificada por Allan Kardec em 1857, a imposição de mãos é administrada através do “Passe espírita”, onde um indivíduo canaliza sobre outra pessoa fluidos ou energias benéficos, oriundos do próprio, de espíritos ou de ambos. Também na Umbanda, religião brasileira instituída em 1908 por Zélio Fernandino de Moraes, com influências africanas, espíritas, católicas e xamânicas, é utilizada pelos espíritos incorporados nos médiuns para realizarem a limpeza espiritual. No Mormonismo, doutrina restaurada por Joseph Smith, utilizam a imposição de mãos para curar, ordenar a cargos na igreja, conferir o Espírito Santo, conferir os sacerdócios e bênçãos. A imposição de mãos, na sua crença, enfraquece o homem natural (carne) e fortalece o homem espiritual, e tem sido usada como um meio de invocar o poder de Deus. A imposição das mãos foi também relacionada com o magnetismo, quando em 1775, após muitas experiências, Mesmer médico austríaco, criador da "Teoria do Magnetismo Animal", reconhece que pode curar mediante a aplicação de suas mãos. Neste trabalho pretendo apenas abordar a imposição de mãos na perspectiva Cristã/bíblica, Martinista e do Reiki. A imposição das mãos é uma das bênçãos mais antigas conhecidas, existindo registos sobre o tema desde os tempos mais antigos, nomeadamente na Biblía, Antigo e Novo Testamento. Assim, temos referências na Bíblia à imposição das mãos com diferentes objectivos:  - Uma separação até a morte No Velho Testamento, os israelitas impunham suas mãos nas cabeças de animais antes que eles fossem queimados para transferir os seus pecados para o sacrifício animal. Êxodo 29:10; 29:15; 29:19; Levítico 1:1-5; 4:15; 8:14,18,22; 16:21; 24:14. Números 8:12; 2 Crônicas 29:23.  - Transmissão de uma bênção Jacó transmitiu pela imposição das mãos, uma bênção aos seus netos, Efraim e Manassés. Gênesis 48:14.  - Comissionamento de um líder Moisés impôs as mãos sobre Josué, para transmitir-lhe autoridade e sabedoria para ser o novo líder do povo de Deus. Deuteronômio 34:9; Números 8:10; 27:15-23; Josué 1:16-17.  - Para transmitir curas Jesus transmitiu a cura pela imposição das mãos. Os presbíteros ungem com óleo, impõem as suas mãos sobre a pessoa e oram por sua cura. Os crentes também podem transmitir a cura pela imposição das mãos. Marcos 5:23; 6:5; 8:23-25; 16:18; Lucas 4:40; 13:13; Atos 9:12-17; 28: 8-9, Tiago 5:14-16.  - Para transmitir bênçãos Jesus transmitiu a benção de Deus às crianças. Mateus 9:18-25; Marcos 10:13-16.  - Para transmitir a Paz Jesus pôs a sua mão sobre João e disse, "Não temas." Apocalipse 1:17.  - Para transmitir o Espírito Santo Os crentes transmitem o batismo do Espírito Santo pela imposição das mãos. Atos 8:14-24; 9:10-17; 19:6.  - Para transmitir os dons espirituais Os dons da graça de Jesus foram transmitidos pelo Espírito de Deus através da imposição das mãos. I Timóteo 4:14; II Timóteo 1:6; Romanos 1:11.  - Para separar missionários e comissionar obreiros da Igreja Em Atos 13:1-4, Paulo e Barnabé são separados para o trabalho missionário pela imposição das mãos. O comissionamento dos sete diáconos em Atos 6:1-6 também envolveu a imposição de mãos pelos apóstolos. De acordo Durville na Ciência Secreta, Jesus, sabendo que não viveria muito tempo, tinha, desde o começo, escolhido doze discípulos que deviam continuar a sua obra, os apóstolos. Assim, após uma iniciação especial, estes apóstolos participaram dos poderes de Jesus. Como ele, podiam efectuar curas pela imposição das mãos. É também pela imposição das mãos ou unção de óleo consagrado, que eles expulsavam os demónios e podiam manejar sem perigo répteis venenosos e beber “beberagens” mortais. Por outro lado, segundo Paul Lê Cour, mencionam-se dois baptismos: o baptismo pela água, praticado por João Batista; e o baptismo pelo Espírito Santo, que toma o lugar do primeiro, praticado por Cristo. "Ora", diz Albert Réville "parece resultar dos evangelhos, e dos testemunhos relativos às primeiras comunidades, que a imposição das mãos foi a primeira forma de filiação na sociedade cristã, e que seria esse o baptismo de espírito anunciado por João Batista." Nos Atos 19:1-6, vemos, com efeito, São Paulo praticar a imposição das mãos sobre os que anteriormente haviam sido baptizados com a água, a fim de conferir-lhes os dons do Espírito Santo. Nas origens da Igreja cristã, constata-se portanto a existência de um duplo rito: o baptismo e a imposição das mãos. O baptismo, além da purificação, não confere senão filiação exterior, enquanto a imposição das mãos confere os dons superiores. As línguas de fogo que pousam sobre cada um dos doze Apóstolos constituem uma espécie de imposição das mãos divinas. Na prece dos fiéis depois da libertação dos Apóstolos, podemos ler: "quando estenderes a mão para que ele faça curas, sinais e prodígios, pelo Nome de teu santo servidor Jesus" (Atos 4:30). A seguir, os Apóstolos procederão eles próprios à imposição das mãos. Também os cátaros, no cristianismo primitivo, praticavam a imposição das mãos pelos Perfeitos. O facto capital da vida de Jesus Cristo, aquele ao redor do qual tudo se concentra, é o que se passou por ocasião de seu baptismo e que é simbolizado pela descida sobre ele de uma pomba. Encontramos a narrativa desse acontecimento nos quatro Evangelhos. A pomba simboliza o espírito. Seu nome hebraico, Ionah, aproxima-se do grego Ion que significa violeta, a cor da espiritualidade. De acordo com uma tradição não-confirmada, uma primeira pomba havia descido sobre Maria, por ocasião do nascimento de Jesus; qual é, portanto, essa segunda pomba que desce sobre Jesus? Diz-se: é o Espírito Santo. Que Espírito então é esse? De acordo com alguns, é o espírito do Cristo que se incorporou então no organismo de Jesus, destinado a servir-lhe de veículo durante três anos. Na verdade, João Batista, o homem Jesus. Ao tomar posse do corpo de Jesus, Cristo, que é a vida, desenvolveu a força vital desse organismo, e é por isso que ele é capaz de curar. E compreende-se também a surpresa de sua mãe, dos irmãos de Jesus e daqueles que o conheciam há muito tempo ao vê-lo realizar essas curas, escolher discípulos e pregar. O Evangelho de Mateus, cap.XIII, descreve o espanto dos escribas e dos sacerdotes judeus ao ouvir as palavras de Cristo e ao constatar os seus milagres. De onde, então, vem tudo isso? Não é ele o filho do carpinteiro? Tiago, José, Simão e Judas, não são os seus irmãos? De onde lhe vêm então todas essas coisas? Na Rêve d'une vie, Edouard Schuré escreveu: "No ponto em que o Jordão faz uma grande curva, não longe de sua embocadura no Mar Morto, junto a um bosque de tamargueiras e de caniços arborescentes, ficou o lugar onde, segundo a tradição, Jesus recebeu o baptismo de João. Momento único na história em que, num relâmpago fulgurante, o Cristo cósmico desceu sobre um iniciado longamente preparado. Estranha substituição, sacrifício completo. Esse iniciado consentia em morrer oferecendo seu corpo em holocausto para encarnar uma criatura sublime...” "Quando Jesus, levado por dois essênios, saiu da água, seu corpo parecia jorrar luz... “ Então, João viu a imensa auréola que envolvia todo o corpo de Jesus. Depois, sobre sua cabeça - miraculosa aparição - ele viu planar uma grande pomba incandescente de luz... João sabia que a pomba - lonah - significa o eterno feminino celeste, o arcano do amor divino, fecundador e o transformador das almas, que os cristãos deveriam chamar de Espírito Santo." "Foi assim, disse ele, na Evolução Divina, a descida do Verbo solar sobre o Mestre Jesus... e durante três anos, o Verbo solar caminhará pela terra, num corpo cheio de força e de graça... Louis Claude de Saint-Martin (1743-1803), também se refere ao Espírito Santo e à imposição das mãos: “Esses frutos não pareciam ter mais limites, uma vez que o princípio, depois de ter sido posto em actividade, se transmite na mesma medida e sem alteração, porque age sempre pela mesma lei, e sempre sobre a mesma espécie de desordem, que não passa de uma subdivisão. Também é o mesmo espírito que, no aspecto físico e espiritual, faz com que, pela imposição de mãos, o cego veja, o surdo ouça, o coxo caminhe, o doente seja curado, o morto ressuscite e o escravo seja libertado. (…) Mas da mesma maneira que vosso pensamento e vossa palavra não podem renascer sem o pensamento e sem a palavra superior, vossa realização espiritual não vos pode ser restituída a não ser pela operação do espírito sobre vós, e é a isso que nos referimos acima como sendo a imposição de mãos; operação que é um ato de restauração em todas as escolhas que Deus fez, ao enviar o seu espírito para os homens escolhidos; mas que é mais do que restauradora no que concerne à vossa essência, é essa acção tríplice da divindade que vos constitui, e não basta que a divindade pense no homem e fale ao homem, é preciso ainda que ela realize o homem.” Franz Anton Mesmer (1734-1815) uniu-se a Saint-Martin, Saint-germain e Cagliostro na Convenção Maçónica de Wilhelmsbad, em 1782. Embora raramente aparecessem juntos em público, eram todos Maçons e membros da Fratres Lucis e mantinham comunicação privada. Um ano mais tarde, Mesmer fundou a Ordem da Harmonia Universal, ostensivamente para instrução sobre o magnetismo animal, mas secretamente para o ensino de antigas práticas de cura dos templos de cura Asclepeia. O magnetismo animal ou fluido vital seria, segundo ele um estado particular de vibração (ou tom de movimento, em suas palavras) do fluido universal: “Nem a luz, nem o fogo, nem a electricidade, nem o magnetismo e nem o som são substâncias, mas sim efeitos do movimento nas diversas séries do fluido universal". A chave para o uso curativo do magnetismo animal é a vontade do médico. O seu estado, a qualidade do desejo e da intenção que o motivam, é crítico para a cura. Daí que só aqueles que são qualificados em termos de força e pureza de vontade podem repetir com sucesso as experiências de Mesmer. PAPUS ou Gérard Anaclet Vincent Encausse (1865-1916), também médico, foi um dos maiores estudiosos das ciências ocultas do século XIX. Foi iniciado por Henri Delaage, em 1882, na Sociedade dos Filósofos Desconhecidos, ordem que teria sido fundada por Louis Claude de Saint-Martin, no século XVIII, na França. Aos 22 anos, escreveu a sua primeira obra, que se tornaria um marco para todos que pesquisavam a base das ciências ocultas no ocidente: O Ocultismo Contemporâneo, tendo publicado posteriormente muitos outros trabalhos e tratados. Apesar de toda sua dedicação ao mundo ocultista, PAPUS não abandonou as suas obrigações como médico e trabalhou nos hospitais de Paris, tendo no entanto procurado em simultâneo os caminhos da cura e das ciências perdidas. O grande Paracelso foi um exemplo para o buscador que, assim, iniciou uma série de viagens pela Europa, percorrendo bibliotecas e questionando estudiosos do oculto e os homens da razão. Além de procurar compreender os princípios mecânicos do funcionamento do corpo, PAPUS tentava, por meio da cabala e da alquimia, descobrir outros aspectos da saúde e da cura, antevendo nas ciências ocultas a chave para o tratamento dos males que afligiam a humanidade. Existem curas creditadas a ele que beiram o milagroso. Diz-se que ele sabia das doenças, causas e reacções dos pacientes sem que estes lhe dirigissem a palavra, assombrando a todos com a exactidão de suas observações. E muitos casos se resolviam enquanto PAPUS conversava com seus pacientes: dores e mal-estares desapareciam, sem a utilização de remédios. Ao examinar um doente e dar o diagnóstico, PAPUS analisava seu campo astral e, depois, usava uma técnica semelhante às técnicas energéticas orientais; ele aplicava uma "força-vital" que reequilibrava a psique e a fisiologia da pessoa, restabelecendo a saúde do doente. Segundo os seus escritos, existiam as doenças do corpo (material), do astral (mental) e do espírito (espiritual), e para cada uma delas existe um conjunto de técnicas e remédios possíveis. Por exemplo, as doenças do corpo podem ser curadas pela medicina dos contrários (alopatia); já as doenças do astral são tratadas pela homeopatia; as doenças do espírito são curadas pela força da oração e da magia, desde que o problema não tenha nascido como resultado de uma questão cármica, pois isso está fora da alçada apenas do curador, ou seja, o paciente deve ser parte activa na cura, e o curador age apenas como um guia. A Medicina Oculta (os conhecimentos que permitem agir além do plano físico na cura dos pacientes) era parte integrante das técnicas de PAPUS, pois é relatado que ele curava à distância, usando para isso objectos pertencentes aos doentes, além disso, diagnosticava usando seus dons, que iam da clarividência a viagens à distância, provavelmente usando seu corpo astral. Ele acreditava que a máxima dita no Templo de Delfos - "conhece-te a ti mesmo, que conhecerás o Universo e os deuses" - seria a grande chave mística para toda a humanidade e para a cura dos grandes males que a assolam. PAPUS fundou a Escola de Magnetismo de Lyon, tendo o Mestre Philippe de Lyon como seu Director. Durante longos anos dirigiu as suas pesquisas para os fenómenos hipnóticos, espíritas, parapsicológicos, exteriorização da sensibilidade e do magnetismo. Dedicou-se ao estudo de como a chamada Luz Astral (ch’i) age em nossos corpos e do papel da mente e suas relações com o homem. Os seus estudos dos Corpo Astral e do Plano Astral não tinham como objectivo apenas a cura do corpo, mas, principalmente, a cura da Alma, isto é, a sua terapia pela iniciação. Ch'i, Qi ou ki é um conceito fundamental da cultura tradicional chinesa. O termo Qi pode ser associado de um modo amplo ao conceito ocidental de energia. Diferentes ideogramas com este mesmo som representam em chinês a energia dos alimentos, do ar e a energia pré-natal. O significado etimológico do ideograma Qi ("氣") na sua forma tradicional mais conhecida é uma imagem do “vapor (气) subindo do arroz (米) enquanto cozinha”. É frequentemente traduzido como "ar" ou "respiração", por exemplo, o termo chinês que significa "respiração" é tiānqì, ou a “respiração do céu”. Concepções filosóficas do Qi são encontradas desde o início da história registada do pensamento chinês. Referências ao Qi ou conceitos filosóficos semelhantes relativos a um tipo de energia metafísica que permeia e sustenta os seres vivos são encontradas em vários sistemas de crenças, presentes em culturas de todo o mundo, especialmente na Ásia. Apesar do conceito de Qi ser muito importante em diversas filosofias orientais, a sua descrição é variada e inclui aspectos conflituantes entre as diferentes versões. Algo natural considerando-se os milhares de anos, os diversos países e grupos sociais que participam da elaboração desta tradição. O recurso à energia como forma de cura surgiu de forma independente em variados pontos do mundo e são inúmeras as tradições de aplicação pelo Homem da energia vital individual, dai para além de Ki (janoneses) e Chi (chineses), também foi nomeada de prana (indianos), rlun (tibetanos) ou ruach (hebreus). O denominado REIKI utiliza também esta energia em sinergia com a “energia universal”. A palavra japonesa Reiki é formada pelos dois caracteres kanji, Rei e Ki, em que Rei significa “espírito”, “essência” ou “alma”, e a um nível mais profundo, Ser, Shakti, Shiva, Chit ou Espírito Santo. De forma muito resumida, o Reiki pretende estabelecer o nosso equilíbrio energético através do fluxo harmonioso e consistente de energia vital, influenciando directa e positivamente, os sistemas mental, emocional e físico do ser humano. Uma das suas características/vantagens é o facto do praticante canalizar a energia do Universo ou outra fonte, mas não a dele próprio evitando o seu esforço e desgaste da energia própria. No Reiki a “energia” é passada com a imposição das mãos sobre determinadas posições sobre o corpo, incidindo nas zonas dos chakras. Antes de começar é necessário passar por um processo iniciático, fazendo-se a aprendizagem por etapas, normalmente em três níveis. Não adianta um candidato pretender elevar-se ao nível seguinte para o qual não esteja preparado, pois ficará apenas com a ilusão de o ter sido, e por outro lado, uma vez que a iniciação tenha sido bem sucedida, ele fica para sempre ligado à energia, independentemente de fazer uso dela ou não. Os princípios do Reiki, que os praticantes devem seguir no seu dia-a-dia, são cinco: “só por hoje, sou calmo, confio, sou grato, trabalho honestamente, sou bondoso”, ou seja, na prática quotidiana devem procurar sempre o caminho do bem, praticar e difundir o amor incondicional. O Reiki é uma ferramenta que pode ser bem ou mal utilizada, assim como, pode ser utilizado para a transformação/evolução pessoal ou para curar e complementar a medicina tradicional. A origem do Reiki é muito controversa existindo as mais diversas histórias sobre esta, nomeadamente, a de que é um património genético da humanidade adormecido, um “dom” inato em todos nós, que poderemos utilizar após uma iniciação efectuada por um mestre habilitado. A que teve inicio nas escolas esotéricas antigas, era transmitida através da tradição oral pelo mestre apenas a alguns eleitos. De acordo com uma tese de mestrado da Universidade Federal de São Carlos, no Brasil, de Paula Babenko e segundo a maioria dos autores, o redescobridor do Reiki foi Mikao Usui, no início do século XX, que na versão oriental seria um monge japonês budista tendai e na versão ocidental seria um sacerdote católico, director e professor na Universidade de Doshisha, de inspiração igualmente católica, em Kyoto no Japão. Um dos principais seguidores de Mikao Usui foi Chujiro Hayashi, médico e comandante da marinha japonesa que formou treze mestres, dentre eles Hawayo Takata, que veio a difundir o Reiki no Ocidente, iniciando esta expansão nos Estados Unidos da América por volta de 1940. Um site martinista brasileiro apresenta, segundo a sua perspectiva, a verdadeira e desconhecida história do Reiki, que passarei a resumir. O REIKI é uma Tradição Iniciática milenar utilizada nas Antigas Escolas de Mistérios do Ocidente e do Oriente com a finalidade de acelerar e despertar rapidamente os centros psíquicos, chakras, bem como aumentar o movimento e o deslocamento da consciência através de três planos ou mundos. É um processo de magia simples cujas leis se baseiam na “sugestão mesmérica” e foi muito utilizado na França, entre 1800 e 1950, pelos médiuns e magnetizadores da era do ocultismo parisiense e com certeza foi para o Japão durante o intenso intercâmbio cultural entre estes dois Países – Japão e França. Este método de traçar símbolos no corpo foi muito utilizado no Ocidente pelos primeiros Cristãos Gnósticos da Escola de Valentin e mesmo no Japão o sistema de traçar símbolos nos chakras já era muito conhecido e largamente praticado pelos monges xintoístas do budismo shingon. Reiki é sem dúvida uma tradição iniciática legada, outorgada e selada por Jesus nas mãos de Tomé, de onde vem sendo passada directamente de mestre para discípulo até os dias actuais. Jesus sabia que onde o espírito santo da palavra não penetrasse com sua semente, o Reiki fluiria silenciosamente e transformaria através do toque das chagas abertas nas mãos. Ele sabia que no mundo dos “cegos, surdos, mudos de nascença” só o tacto faria o último milagre. Reiki é uma dádiva do Espírito Santo de Deus manifestado no toque gentil das chagas abertas nas mãos humanas. Apesar das fantasias esotéricas holísticas americanas e havaianas, a autenticidade Crística do REIKI é indiscutível, e o mesmo é mais Evangélico e Cristão do que se imagina. Em todas as histórias do REIKI de mestre Mikao Usui encontramos a descrição: “MESTRE COMO JESUS CURAVA”. Desta é que surgiu o Reiki no Oriente. Ele jamais deixará de ser CRISTÃO, pois o aluno não perguntou como Buda e Laó-Tsé curavam. Mas não percam tempo comprando livros de Reiki, pois essa literatura é vazia e inútil, sem nenhum conteúdo filosófico ou espiritual. Como todo e qualquer sistema criado no Japão, o Reiki também exige disciplina, treino e esforço pessoal, e naturalmente jamais poderia ter o “descompromisso” e a “facilidade” com que chegou ao Ocidente totalmente adulterado. Então surgiu o Reiki sem deus ou Reiki sem compromisso algum com a Alma. E para desfazermos esta farsa que está lesando as mentes das pessoas de boa fé, destruindo a imagem do Reiki e enchendo o bolso de alguns, é que propomos analisar detalhadamente a história do Reiki, com a certeza de que vossos olhos serão abertos. Algumas histórias falam de uma revolução industrial no Japão, mas esquecem-se da sangrenta revolução cultural que a precedeu e que foi o berço natural do Reiki, da macrobiótica de Osawa, do Aikidô e de muitos outros movimentos místicos que surgiram na mesma época. O Japão no inicio do século passado era uma incubadora ou uma estufa de mestres invisíveis lemurianos que accionariam a renascença californiana para o despertar do grande ciclo solar Rosacruz da América completando a unidade ocidente/oriente iniciada na França pelo grupo de Papus. A sangrenta revolução cultural japonesa teve início com um decreto do imperador, que preocupado com a entrada dos ocidentais após a abertura dos portos ao ocidente proibiu e aboliu o ensino relativo ao Dô – Caminho; retirando das artes marciais e das demais artes místicas toda a sabedoria esotérica para que os ocidentais não tivessem acesso ao caminho. Todos os sistemas e mestres tiveram que passar pelas comissões do imperador e se adaptarem a novas normas. E aqueles que se negassem eram perseguidos ou mortos. Foi dentro deste caldeirão que surgiu o mestre Usui com o Reiki. A revolução cultural imperial definiu quais os processos de cura e medicina já sem os mistérios. Ficou definida a aceitação dos princípios da escola de medicina ocidental e da escola de medicina oriental baseada na acupunctura chinesa, e foram condenadas as demais práticas, ou seja, tudo que não se adaptasse aos 5 princípios da acupunctura chinesa e aos princípios da medicina ocidental foi considerado feitiçaria e não poderia mais ser praticada. As “licenças” só eram permitidas sob estas duas siglas: medicina ocidental e acupunctura. Ficou estabelecido como medicina oriental a acupunctura, o shiatsu e outras técnicas derivadas do mesmo, mas o tê-a-tê, uma milenar técnica de aposição de mãos lemuriana, cujas curas não tinham explicação nem pela acupunctura chinesa nem pela medicina ocidental, e que era largamente utilizada e praticada por feiticeiros e benzedeiras foi proibida. Chegamos à primeira grande chave do Reiki de Mikao Usui: o tê-a-tê. E a segunda grande chave de Mikao Usui era no Japão tão ou mais detestável do que a primeira: o Cristianismo. Mikao Usui realmente era cristão, mas não era padre, pois se fosse padre a Igreja Católica jamais perderia a hipótese de canonizá-lo para se firmar definitivamente em solo japonês. Um santo no Japão era tudo que a Igreja precisava. Que tipo de Cristão seria Mikao Usui? Só nos resta os Cristãos Gnóstico Martinistas da Igreja Francesa. Em todas as histórias encontraremos a seguinte nota: “Mikao Usui viajou muito...”, o que se pode entender como: Mikao Usui fugiu muito de mosteiro em mosteiro por todo o Japão, com a protecção da seita budista Xintoista Shingon, e tendo em conta que ele só se tornou monge budista Shingon, 7 anos após ter descoberto o Reiki, isto indica que ele entrou para a seita apenas para preservar a vida e não para buscar conhecimentos budistas. Mikao Usui jamais saiu do Japão, não existe nenhum visto de saída do Japão e nenhum visto de entrada nos E.U.A. E observem também que Mikao Usui só começou realmente a ensinar livremente o Reiki após ficar livre da perseguição, ou seja, sob a licença médica da clínica do Dr. Hayashi, facto que o levou a dedicar-se mais à terapia de cura, guardando os mistérios da sua escola para uns poucos escolhidos rigorosamente. Alguns estudiosos sérios afirmam que Mikao Usui traiu os mistérios e a ordem secreta do imperador, a qual pertencia, divulgando os processos iniciáticos para as massas e por isto foi perseguido e ameaçado de morte. Esta hipótese de “traição dos mistérios lemurianos imperiais” levantada por alguns especialistas em ocultismo tem o seu fundamento no estudo detalhado do processo iniciático empregado pela linhagem de Reiki budista do Nepal, já que o mesmo parece ser estritamente cristão além de demonstrar claramente o “alinhamento da carruagem” exposta por Papus em códigos numéricos; a diferença fica apenas na troca dos números pela geometria dos símbolos. Por outro lado, os mistérios do processo iniciático do Reiki ainda permanecem em segredo para a massa profana de praticantes de Reiki, pois as “Chaves” secretas são compreensíveis apenas para os iniciados nas escolas de Mistérios Ocidentais autênticas: Rosacruzes e Martinistas. Enfim, podemos afirmar que a história do Reiki está repleta de “Chaves Secretas” que somente um iniciado nos Mistérios de uma escola autêntica possui conhecimento. Naturalmente que diante de tais factos, ignorados até então pelos buscadores superficiais que se dizem Mestres de Reiki. Não podemos aceitar também o Reiki sem deus, Reiki terapêutico sem Cristo, ou o Reiki sem propósitos e compromissos com a alma. Reiki é como todo e qualquer sistema espiritual autêntico. Não existe Reiki sem esforço ou sem provações e testes iniciáticos. A iniciação de Reiki realiza uma transformação interna e um despertar da consciência gradativo, independente da vontade objectiva, um desabrochar dos centros psíquicos (chakras) abrindo a visão e a audição psíquica, permitindo o contacto cósmico com os planos superiores. É sem dúvida o mais simples e mais prático método de entrar nas esferas celestiais ou nos planos superiores de consciência. Reiki é o grande “passo” prático que qualquer espiritualista místico ou ocultista aspira e anseia para complementar seus estudos teóricos. As nossas iniciações são totalmente voltadas para despertar os poderes latentes da alma e na confiança e conhecimento do eu sou. O nosso objectivo é despertar a sabedoria universal que está arquivada em códigos genéticos nas células adormecidas da raça adâmica. Fazemos Reiki para desobstruir e desbloquear os canais de expressão e manifestação da luz da alma. E apesar dos nobres princípios apregoados pelos esotéricos, não estamos nem um pouco preocupados com as terapias de cura, pois isto é assunto para médicos, o que não é o nosso caso. Reiki é Martinismo Lemuriano e somente os Martinistas possuem as chaves para penetrar nos seus mistérios recebendo o conhecimento e a sabedoria. Reiki é mãos quentes, mãos de fogo, fogo do espírito santo nas mãos. Os símbolos de Reiki não são nem budistas e nem tibetanos. Os símbolos circulares são Lemurianos e os símbolos geométricos de ângulos rectos são Atlantes. São 7 símbolos, referentes a 7 emanações dos 7 dias da criação, e mais 1 símbolo que representa o oitavo dia ou o jardim do éden, ou seja, 7 esferas do sistema cabalístico mosaico martinista são empregadas nas iniciações. Entretanto, os mestres têm acesso ao símbolo número 9, ou nono dia; o dia da queda que terão que vivenciar e aqui entramos na reintegração dos poderes perdidos. Entretanto, há um outro mistério nos tais “5 princípios de Mikao Usui” que estão directamente ligados aos 5 símbolos iniciais de sua escola iniciática, uma escola erguida em cima de 5 colunas, 5 pontas da estrela, 5 chagas de Jesus, 5 sentidos da alma. Este pentáculo de Usui por si só é o alfa e o ómega da iniciação, aqueles que descobrem o seu mistério não mais dependem dos símbolos e nem dos métodos iniciáticos das outras linhagens. Hoje podemos afirmar que o mistério do Reiki só poderá ser decifrado pelas pessoas que tiverem um elevado conhecimento do Martinismo, facto este que não os impede de praticarem livremente o Reiki.